Dados coletados pelos painéis de monitoramento da dengue das unidades de pronto atendimento mostram o impacto da epidemia, em comparação a 2023
Brasília, 9 de maio de 2024 – O aumento significativo dos casos de dengue tem sido um desafio crescente na área da saúde no Distrito Federal. Nos primeiros quatro meses deste ano, as unidades de pronto atendimento (UPAs) realizaram 61.049 atendimentos de suspeita de dengue, com 33.746 casos confirmados. Comparativamente, em 2023, foram 9.325 atendimentos, com 8.602 casos reais da doença, representando um aumento de 292%.
Em 2023, apenas 191 dos 9.325 casos suspeitos de dengue precisaram de internação nas UPAs do DF, uma taxa de conversão de 2%. No entanto, em 2024, esse número saltou para 4.263 internações, uma taxa de conversão de 7%, evidenciando um aumento significativo nas complicações da doença.
Francivaldo Soares Pereira de Souza, superintendente das Unidades de Atenção Pré-Hospitalar do IgesDF, destaca o desafio principal enfrentado pelas UPAs em 2024: a necessidade de leitos de internação devido às complicações dos pacientes. A falta de espaço físico adequado levou as unidades a priorizarem casos de risco de morte.
A escassez de leitos de retaguarda também dificultou o enfrentamento da dengue em 2024, prolongando o tempo de ocupação dos leitos nas UPAs. Para lidar com essa situação, foram implementadas salas extras de hidratação e consultórios exclusivos para pacientes com dengue, além da disponibilização de poltronas extras para acomodação dos pacientes.
O aumento da complexidade epidemiológica da dengue em 2024 foi impulsionado pela circulação dos quatro sorotipos do vírus, tornando a gestão e prevenção ainda mais desafiadoras. Nos primeiros meses do ano, as UPAs registraram uma média de 504,53 atendimentos suspeitos por dia.
O diretor-presidente do IgesDF, Juracy Cavalcante Lacerda Jr., destaca o esforço das equipes das UPAs para atender a população e a importância do planejamento na prestação de assistência.
As UPAs de Ceilândia, São Sebastião, Recanto das Emas e Samambaia foram as que mais atenderam casos de dengue em 2024. Em 2023, Brazlândia liderou o ranking de atendimentos.
A dengue, uma arbovirose transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, é uma doença complexa, especialmente quando há reinfecção por sorotipos diferentes do vírus, aumentando o risco de formas graves da doença, como a dengue hemorrágica.
A prevenção continua sendo a melhor estratégia contra a dengue, destacando-se a eliminação dos criadouros do mosquito Aedes aegypti. Ações simples, como a cobertura de recipientes de água e a eliminação de água parada, são eficazes quando realizadas em toda a comunidade.
