Estudo revela impactos negativos e contradições com recomendações médicas
Da Redação
Brasília, 3 de março de 2024 – Uma pesquisa conduzida pelo Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) aponta que mais de 60% das crianças entre 3 e 6 anos são expostas a telas durante as refeições. Contrariando as diretrizes da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), essa prática pode ter implicações negativas no desenvolvimento infantil.
De acordo com o estudo, realizado por Francisca Lucena, pesquisadora responsável, o objetivo é analisar o panorama do desenvolvimento infantil no Distrito Federal e propor políticas públicas para mitigar o uso excessivo de telas. Foram entrevistados 1.952 cuidadores em diferentes regiões administrativas do DF, utilizando o método de amostragem probabilística.
Os resultados indicam que 62,3% das crianças de 3 anos, 68,7% das de 4 anos, 67,7% das de 5 anos e 68,8% das de 6 anos têm contato com telas durante as refeições. Especialistas alertam para os riscos dessa prática, que pode levar a distúrbios alimentares e prejudicar o vínculo familiar.
A médica pediatra Wanessa Pereira de Assis ressalta que o uso de tecnologias durante a alimentação pode causar distração e favorecer distúrbios como obesidade e compulsão. Além disso, afeta a interação familiar, que é essencial para o desenvolvimento saudável da criança.
Sindy Brito, mãe de uma criança de 10 anos, destaca a importância de evitar o uso de telas durante as refeições. Para ela, esse momento é fundamental para o convívio familiar e para o desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis.