A data alerta para a importância da identificação precoce desse tipo de câncer que atinge o sistema linfático
Brasília, 16 de setembro de 2024 – O Dia Mundial de Conscientização sobre Linfomas, celebrado em 15 de setembro, busca informar e conscientizar a população sobre essa forma de câncer no sangue, que afeta o sistema linfático. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), mais de 500 mil novos casos de linfoma são diagnosticados anualmente no Brasil. O tratamento inclui radioterapia, quimioterapia e transplante de medula óssea.
Entre janeiro e agosto de 2024, o Distrito Federal realizou 163 transplantes de medula óssea, um aumento de 17% em comparação ao mesmo período de 2023, quando 135 procedimentos foram feitos. A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) oferece o transplante autólogo, que utiliza células-tronco do próprio paciente.
A Referência Técnica Distrital (RTD) em hematologia, Nina de Oliveira, destaca a importância desse procedimento no tratamento de linfomas e outros tipos de câncer. “O transplante autólogo ajuda a alcançar os melhores resultados contra linfomas, tumores sólidos e mieloma múltiplo”, afirma. Após a retirada das células-tronco, o paciente recebe doses altas de quimioterapia, aumentando as chances de cura.

Existem dois tipos principais de linfoma: linfoma de Hodgkin e linfoma não Hodgkin. O primeiro é mais comum em jovens de 15 a 25 anos e em adultos com mais de 60 anos. Em 2023, foram registrados mais de 3 mil novos casos de linfoma de Hodgkin no Brasil. “Este é um dos tipos de câncer com maior índice de cura, embora sua causa não seja sempre conhecida”, afirma Nina.
Carlos Henrique Campos, 31 anos, personal trainer, foi diagnosticado com linfoma de Hodgkin em 2023, após sentir suores noturnos e fadiga intensa. “Fiquei muito assustado, minha vida profissional foi interrompida, e foquei no tratamento”, conta. Acompanhado pela equipe de hematologia da SES-DF, ele elogiou o atendimento oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Como ser um doador de medula óssea
Nem todos os pacientes podem realizar o transplante autólogo, o que reforça a importância dos doadores de medula óssea. O cadastro de doador é simples e exige apenas a coleta de uma amostra de sangue. Caso haja compatibilidade com um paciente, o doador é convocado para a doação.
Para se cadastrar, é necessário agendar previamente no site do Serviço de Agendamentos do Distrito Federal e comparecer ao Hemocentro de Brasília (FHB) com um documento oficial com foto. A amostra de sangue passa por testes de histocompatibilidade (HLA), e os dados são incluídos no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome).
O cadastro é válido até os 60 anos de idade, e é importante manter os dados atualizados.
Requisitos para ser doador de medula óssea:
- Ter entre 18 e 35 anos;
- Estar em bom estado de saúde;
- Não possuir doenças infecciosas ou incapacitantes.
Sistema Nacional de Transplantes
O Sistema Nacional de Transplantes (SNT), coordenado pelo Ministério da Saúde, regula e monitora os processos de doação e transplante no Brasil. Pelo SUS, os pacientes recebem assistência integral e gratuita, que inclui exames, cirurgia, acompanhamento e medicamentos pós-transplante.
Para doação de órgãos, é importante que os interessados comuniquem sua vontade à família, pois a doação só é autorizada com o consentimento familiar no Brasil.