Unidade do Lago Norte destaca-se por unir saúde pública, agroecologia e participação comunitária
Brasília, 11 de junho de 2025 – Representantes da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) visitaram o primeiro Horto Agroflorestal Medicinal Biodinâmico (Hamb) do Brasil, instalado na Unidade Básica de Saúde (UBS) 1 do Lago Norte, no Distrito Federal. O objetivo da visita foi conhecer experiências bem-sucedidas que integrem saúde, agroecologia, segurança alimentar e engajamento comunitário.
Segundo Maria Inês Guedes, gerente da UBS 1, o encontro atesta a importância internacional da Rede de Hortos Agroflorestais Medicinais Biodinâmicos (Rhamb), motivando sua replicação em outros países. “Essa visita reforça nosso compromisso com a inovação na saúde pública, indo além do cuidado clínico ao promover saúde preventiva e consciência ambiental”, destacou.
A Rhamb é desenvolvida pela Secretaria de Saúde do DF (SES-DF), com apoio da Fiocruz Brasília. O projeto cultiva plantas medicinais e alimentícias não convencionais (Pancs) de forma comunitária, com base na agricultura biodinâmica e numa abordagem ampla de saúde integral.
Durante a visita, realizada na segunda-feira (9), participaram membros do Mecanismo da Sociedade Civil e Povos Indígenas (MSCPI) da FAO, bem como representantes de ONGs e comunidades indígenas de diversos continentes. A agricultora urbana britânica Dee Woods, representante europeia no MSCPI, destacou o valor da experiência: “Projetos como os hortos inspiram nações do Norte Global, que apesar de sua riqueza, ainda sofrem com insegurança alimentar urbana e ausência de políticas alimentares eficazes.”
O projeto tem impactos diretos na promoção da saúde comunitária. Segundo Marcos Trajano, gerente de Práticas Integrativas da SES-DF, os hortos também servem como espaços de educação, pesquisa e fortalecimento do vínculo social. “A Rhamb traz temas essenciais como mudanças climáticas, segurança alimentar, agroecologia e saúde mental para o cotidiano das pessoas, aproximando a comunidade dos serviços públicos.”
Inspirando-se em políticas públicas como o PAA e o Pnae, a expectativa é de que a Rhamb também sirva de modelo internacional. Atualmente, o DF conta com 31 hortos em operação, dos quais 28 funcionam em unidades públicas e três apoiam ações comunitárias. Apenas em 2024, foram construídos 13 novos espaços, e, até o momento, três já foram implantados em 2025.