Com 52 turmas ativas, ação da Secretaria de Educação leva letramento e autoestima a pessoas em situação de vulnerabilidade
Brasília, 15 de maio de 2025 – Muito além da Educação de Jovens e Adultos (EJA), a Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF) mantém iniciativas voltadas à alfabetização de crianças, jovens, adultos e pessoas idosas. Um dos destaques é o programa DF Alfabetizado, que atualmente atende cerca de 1.300 estudantes, majoritariamente idosos, com o apoio de 40 educadores populares e 52 turmas espalhadas pelo DF.
O DF Alfabetizado oferece não apenas aulas, mas também acolhimento e acompanhamento pedagógico contínuo, com visitas técnicas, formações e um olhar humanizado para as diferentes realidades dos participantes. “O programa chega onde a escola ainda não chegou. Muitos não frequentam escolas por medo, distância ou vergonha”, explica Marli Vieira, da Diretoria de Educação de Jovens e Adultos (Dieja), que acompanha de perto as turmas.
Um dos locais visitados recentemente pela equipe da SEEDF foi o Serviço de Acolhimento Institucional para Pessoas Idosas (Saipi), na Casa Viva, em Taguatinga. Lá, os estudantes participaram de uma roda de conversa sobre hábitos saudáveis e autocuidado, com direito a poemas, músicas e muita interação.
A servidora Marli Vieira destaca os desafios da alfabetização tardia: “Adultos vêm de jornadas exaustivas de trabalho. Idosos lidam com limitações de memória. Para muitos, esta é a última chance de realizar o sonho de aprender a ler e escrever.”
Porta de entrada para o conhecimento
A diretora da EJA, Lilian Sena, afirma que o DF Alfabetizado é o primeiro passo para que os estudantes ingressem no fluxo formal da educação. “Estamos trabalhando para transformar o DF em um território livre do analfabetismo, meta da secretária Hélvia Paranaguá. Ainda temos 9 milhões de pessoas analfabetas no Brasil a partir dos 15 anos, e queremos mudar esse cenário.”
Histórias que inspiram
A alfabetizadora Manuela Santos, com 17 anos de experiência, atua em três instituições em Taguatinga e compartilha as transformações que presencia diariamente. “Vi uma aluna que antes era retraída e hoje se cuida mais, se sente valorizada. Outro caso é o do seu Damião, que não sabia nem fazer a letra ‘o’ e agora escreve o próprio nome”, relata.
Damião de Sousa, 62, se alfabetiza na Casa Viva e agradece a oportunidade: “Cheguei aqui sem saber escrever nada. Hoje já escrevo meu nome. Me tratam com respeito, e isso muda tudo.”
Expansão prevista para 2025
A SEEDF prevê a ampliação para 200 turmas com cerca de 5 mil alfabetizandos, consolidando o DF Alfabetizado como uma das principais políticas de inclusão educacional da capital. Para mais informações, interessados podem entrar em contato com a Dieja pelo telefone (61) 3318-2913.