Apoio da Emater-DF e aumento de piscicultores impulsionam o crescimento do setor
Brasília, 22 de junho de 2025 — A piscicultura do Distrito Federal atingiu um marco inédito em 2024. Com 2.163 toneladas de pescado, os produtores rurais assistidos pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do DF (Emater-DF) superaram o recorde de produção anual em solo brasiliense, representando um crescimento de 6,2% em relação a 2023. O avanço se deve, entre outros fatores, ao fortalecimento das políticas públicas, ao aumento no número de piscicultores e à implementação de tecnologias de manejo.
Atualmente, o DF conta com 970 produtores de pescado, contra 919 registrados no ano anterior. O Gama lidera o volume de produção com 546 toneladas, seguido de Ceilândia (521 t), Paranoá (353 t) e o Núcleo Rural Alexandre Gusmão (201 t). Ceilândia, inclusive, se destaca como a região com maior número de produtores, totalizando 187.
A tilápia continua sendo a principal espécie cultivada, considerada ideal para a região devido à sua resistência, facilidade de comercialização e aceitação no mercado.
Produtividade com baixa demanda de mão de obra
O produtor rural Ademir Gomes, referência em piscicultura no Sol Nascente, afirma que a atividade foi escolhida por exigir menos esforço físico em comparação a outras culturas. Com oito tanques e cerca de 20 mil peixes, ele produz aproximadamente 20 toneladas de tilápia por ano. “É um trabalho que exige atenção, mas com mais autonomia sobre o tempo e menos dependência de mão de obra”, explica.
Para pequenos produtores, a criação de peixes também é uma importante fonte de renda complementar. Joel Félix, agricultor e apicultor de Planaltina, diz que os alevinos respondem por cerca de 30% da renda familiar. Ele ressalta a importância do suporte técnico da Emater-DF: “Eles são a nossa base. Sempre que precisamos, os técnicos estão presentes, orientando a melhor forma de produção”.
Apoio técnico e políticas públicas como motor do crescimento
O técnico da Emater-DF, Adalmyr Borges, aponta que a aquicultura no DF cresce entre 5% e 6% ao ano, impulsionada por programas como o Proágua e o Aqua+, que promovem o uso eficiente dos recursos hídricos e o aproveitamento de reservatórios para criação de peixes. Além disso, unidades de referência foram implantadas para disseminar práticas sustentáveis e tecnologias de baixo custo entre os produtores.
Linhas de crédito, cursos de capacitação e apoio ao escoamento da produção também fazem parte do conjunto de ações governamentais que têm estimulado o desenvolvimento do setor. O técnico destaca ainda a vantagem estratégica do DF por contar com um dos maiores consumos per capita de pescado do Brasil, tornando o mercado local altamente favorável para os piscicultores.
“A expectativa é de que, com os novos projetos em implantação, a produção cresça ainda mais nos próximos anos. Estamos construindo um modelo de piscicultura eficiente, acessível e sustentável para o DF”, conclui Borges.