De acordo com a médica obstetra Bruna Pitaluga, não é possível suprir as necessidades nutricionais básicas para o desenvolvimento do feto sem o consumo adequado de carboidratos, proteínas e gorduras
A gestação é um fenômeno fisiológico com demandas metabólicas específicas e com necessidades nutricionais diferenciadas. Para atender a este último ponto, durante o acompanhamento pré-natal, o médico obstetra precisa ficar atento à dieta da paciente, cuidando para que haja um equilíbrio dos macronutrientes consumidos, durante o período.
A médica obstetra, com mais de 20 anos de experiência profissional e pós-graduada em nutrologia, Dra. Bruna Pitaluga explica que carboidratos (açúcares), proteínas e ácidos graxos (gorduras) são os componentes mais importantes da dieta humana, por serem essenciais a todas as estruturas metabólicas do organismo humano. Na gravidez adquirem papel ainda mais relevante, segundo ela.
“Mesmo com quantidades excelentes de micronutrientes (vitaminas e minerais), não é possível suprir as necessidades nutricionais básicas para o desenvolvimento do feto, sem o consumo adequado de carboidratos, proteínas e ácidos graxos”, afirma a médica obstetra.
De acordo com Dra. Bruna, os carboidratos fornecem a energia para atender as necessidades usuais da mãe e do feto em crescimento. A proteína, por sua vez, segundo a médica, está envolvida em papéis biológicos estruturais – a formação da queratina e do colágeno – e funcionais (enzimas, transporte de proteínas e hormônios). “Já os ácidos graxos são os principais componentes estruturais das membranas celulares, sendo vitais para a formação do tecido do bebê”, diz.
Não obstante a importância geral de todos os macronutrientes durante à gestação conforme Dra. Bruna, à medida que o momento do parto se aproxima, recomenda-se ingerir mais proteínas e menos carboidratos. Isto porque, segundo ela, quanto mais avançada a gestação, menor é o controle metabólico da hiperglicemia materna. “Se o ambiente fetal for exposto excessivamente à glicemia (açúcar no sangue), ele passará a ter dificuldades consideráveis em seu gerenciamento e, dessa forma, maior se tornam as chances de ocorrer complicações gestacionais”, informa.
Dra. Bruna explica que a modificação glicêmica própria do período final da gravidez e que pode ser agravada pelo consumo em excesso de carboidratos favorece, por exemplo, alterações do neurodesenvolvimento fetal. “Além disso, a hiperglicemia está associada à morte fetal, como é demonstrado em diversos trabalhos científicos”, destaca.
Conforme a médica obstetra, as modificações atreladas a esta condição metabólica podem ser facilmente detectadas ao analisar alterações em fatores como a circunferência abdominal e o tamanho da cabeça do feito (proporção cabeça-barriga).
“Desse modo, com o intuito de reduzir as chances de interferências e comprometimentos para a saúde tanto da mãe quanto da criança, os cuidados com o consumo de carboidratos devem ser redobrados”, conclui Dra. Bruna.
Sobre Dra. Bruna Pitaluga
Formação em Medicina pela Universidade de Brasília – UnB
Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia pela Universidade de Brasília – UnB
Pós-graduação em Nutrologia pela Associação Brasileira de Nutrologia – ABRAN
Especialização em Medicina Funcional pelo Instituto de Medicina Funcional – IFM, EUA
Curso em Nutrigenômica pela Universidade da Carolina do Norte – UNC, EUA