História de superação de um prematuro extremo e a importância do Método Canguru
Da Redação
Brasília, 25 de novembro de 2023 – Jéssica Ribeiro, dona de casa de 33 anos, viveu uma experiência marcante ao ver seu filho Benjamim lutar pela vida como prematuro extremo no Hospital Regional de Taguatinga (HRT), nascido com apenas 24 semanas de gestação. A rápida atuação da equipe médica foi essencial para garantir os cuidados necessários ao recém-nascido.
Visitar a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin) do HRT, onde Benjamim permaneceu por três meses, trouxe à Jéssica um turbilhão de emoções, relembrando os 90 dias de agonia, ansiedade e insegurança que enfrentou em 2020. O percurso foi desafiador, marcado por momentos difíceis, como convulsões e complicações respiratórias.
Hoje, aos três anos e três meses, Benjamim segue com consultas no HRT, como parte do acompanhamento pós-UTI, aplicando o Método Canguru, referência no hospital. Esta abordagem de baixo custo fortalece o vínculo familiar ao permitir a presença da mãe durante a internação, estimulando o desenvolvimento cerebral e o aleitamento materno.
No Distrito Federal, de janeiro a agosto de 2023, foram registrados 3.079 nascimentos com menos de 36 semanas, representando 12,7% do total de nascidos. Os recém-nascidos prematuros têm acesso ao Método Canguru, composto por três etapas que envolvem desde o pré-natal até o acompanhamento ambulatorial pós-alta.
A médica neonatologista do HRT, Juliana Carvalho Constantino, enfatiza a importância do acompanhamento pós-UTI para avaliar as necessidades específicas de cada bebê prematuro, garantindo tratamentos adequados e monitoramento de sequelas.
Jéssica, grávida novamente, adotou medidas preventivas, como a cerclagem, para evitar outro parto prematuro. A experiência com Benjamim a tornou mais alerta e consciente sobre a gestação de risco.
A campanha global de 2023, Novembro Roxo, destaca a relevância do contato pele a pele imediato para todos os bebês, ressaltando a individualidade dos prematuros. O DF lidera ao instituir a Comissão Distrital do Método Canguru (CDMC), visando padronizar e promover essa técnica nos recém-nascidos.
A rede de atenção no DF, composta por diversos hospitais, oferece atendimento especializado em Utin e Unidades de Cuidados Intermediários Neonatais (Ucin), priorizando o cuidado com bebês prematuros.
Com 340 mil nascimentos prematuros anuais no Brasil, os desafios enfrentados por Jéssica e Benjamim representam uma realidade que afeta mais de 12% dos nascimentos no país. A conscientização sobre a prevenção do parto prematuro é fundamental para reduzir esses índices.