Mais de 70 participantes marcaram presença no evento durante a AgroBrasília 2025, que homenageou pioneiros e destacou o potencial da produção de cafés especiais no Cerrado
Brasília, 25 de maio de 2025 – Mais de 70 pessoas, entre produtores, técnicos, estudantes, pesquisadores e autoridades, participaram neste sábado (24) do I Encontro da Cafeicultura do Distrito Federal e da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (RIDE), realizado durante a AgroBrasília 2025. O evento aconteceu no auditório Buriti, dentro do Parque Tecnológico Ivaldo Cenci, no PAD-DF, e foi promovido pela Emater-DF em parceria com a Associação de Empreendedores de Café do Lago Oeste (Elo Rural), com apoio da AgroBrasília.
O encontro teve como objetivo celebrar os avanços da cafeicultura regional, apresentar novas possibilidades para o setor e reconhecer produtores que se destacam na produção de cafés especiais no DF. Em 2024, a atividade movimentou cerca de R$ 23 milhões na capital federal, com 138 produtores cultivando aproximadamente 470 hectares e alcançando uma produção superior a 900 toneladas de café.
Durante a abertura, o presidente da Emater-DF, Cleison Duval, ressaltou o potencial do café como nova referência agrícola local. “Queremos que o café siga o caminho de sucesso de outras culturas já consolidadas no DF. É um produto de alto valor agregado e com potencial de se tornar marca de qualidade da nossa região”, disse.
Pedro Paulo, secretário-executivo da Secretaria de Agricultura do DF (Seagri), anunciou a criação da Câmara Setorial dos Produtores de Café do DF, que pretende fortalecer a organização do setor, fomentar políticas públicas e ampliar mercados para os produtores locais.
Representando a Embrapa Café, Antônio Fernando Guerra reforçou a importância da cultura cafeeira como atividade estratégica. Segundo ele, o café é acessível, pode ser cultivado em pequenas propriedades e tem forte impacto social. Ele também destacou ações em parceria com parlamentares, como a captação de recursos para capacitação técnica, mapeamento produtivo e implantação de áreas com cultivares de alto desempenho.
A presidente da Elo Rural, Lívia Tèobalddo, enfatizou o crescimento da associação, que saltou de 10 para 39 membros. “A Elo nasceu como um experimento ousado e hoje já está expandindo para além do Lago Oeste, alcançando todo o DF, RIDE e até produtores de estados vizinhos”, afirmou.
Durante o encontro, diversos produtores foram homenageados por suas contribuições à cafeicultura regional. Entre eles, Márcio Jório (in memoriam), do Café Serrazul; Carlos Coutinho, do Café Minelis; Cristiane Zancanaro Simões, da Famiglia Zancanaro; Leomar e Núcia Cenci, do Café Grão Nativo; e Pedro Jardim, do Jardins Café.
Bruno Caetano, técnico da Emater-DF, destacou a importância da assistência técnica rural na melhoria da produção e qualidade dos grãos. A programação técnica do evento incluiu palestras como a de Abraão Carlos Verdin, do Instituto Capixaba (Incaper), que abordou a importância da poda programada e o manejo adequado como fatores determinantes para o sucesso da lavoura.
O engenheiro agrônomo e consultor Maycon Klinton, de Unaí (MG), elogiou a realização do evento e sugeriu que a próxima edição tenha uma programação ainda mais extensa, com dias dedicados exclusivamente ao café, incluindo atividades práticas no campo experimental.
Para Adriana Nascimento, extensionista rural da Emater-DF e uma das organizadoras, o evento foi um marco. “Superamos as expectativas. Conseguimos reunir todos os elos da cadeia do café em um ambiente de troca e fortalecimento da atividade. A cafeicultura do DF tem futuro e já mostra seu potencial”, concluiu.
