Procedimentos garantem mais qualidade de vida a pacientes em Brasília e refletem avanços hospitalares
Brasília, 27 de novembro de 2024 – O Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) realizou, em apenas 24 horas, três transplantes renais consecutivos entre a manhã de terça-feira (19) e a noite de quarta-feira (20). Esses procedimentos transformaram a vida de três pacientes, assegurando a eles uma perspectiva de vida mais longa e com maior qualidade.
A responsável técnica pelo serviço de transplante renal do HBDF, Viviane Brandão, ressaltou o esforço da instituição em ampliar o número de transplantes realizados anualmente. “O trabalho integrado de setores como radiologia, cardiologia e nefrologia tem sido fundamental para acelerar a realização de exames e a inclusão dos pacientes na lista de espera”, afirmou.
Desde o início da década de 1980, o HBDF se destaca na realização de transplantes renais. Em determinados períodos, a unidade chegou a realizar até 80 procedimentos anuais, especialmente quando era o único hospital em Brasília a oferecer esse serviço. Com o passar do tempo, outros hospitais passaram a realizar transplantes, o que reduziu a exclusividade do HBDF.
Nos últimos meses, a implementação de melhorias no processo de triagem e na aceitação de ofertas de órgãos locais e nacionais foi essencial para a realização de três transplantes em tão pouco tempo. “Essas mudanças permitiram maior eficiência no atendimento às necessidades dos pacientes e no aproveitamento das doações de órgãos”, explicou a chefe do Serviço de Nefrologia e Transplante Renal, Flávia Gonçalves.
Números e conscientização

Em 2024, o HBDF já realizou 32 transplantes renais, um aumento expressivo em relação aos 19 realizados em 2023. Só em novembro, foram cinco procedimentos até o dia 21. Apesar do progresso, os profissionais destacam a importância de incentivar a doação de órgãos.
De acordo com Viviane, a gravidade dos quadros clínicos de dois dos pacientes transplantados garantiu a prioridade na lista de espera, aumentando as chances de receberem doações. Um dos rins veio do estado do Pará, graças à atuação do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), que coordena as ofertas de órgãos em todo o país.
Desafios e perspectivas

A logística de um transplante renal exige planejamento rigoroso, desde a cirurgia, que pode durar de 4 a 6 horas, até o pós-operatório na UTI. A formação de novos profissionais na própria instituição tem contribuído para expandir a capacidade do hospital em realizar esses procedimentos.
Ainda assim, a falta de doadores é o maior desafio. Viviane reforça que a doação de órgãos é um ato seguro e essencial para salvar vidas. “A recusa familiar ainda é um obstáculo significativo, mas cada doador representa uma chance de vida para quem espera”, disse.
Flávia Gonçalves destacou a importância da conscientização nesse processo: “Autorizar a doação de órgãos é um gesto de amor que transforma vidas. Cada transplante realizado é uma homenagem à generosidade das famílias que dizem sim.”
A equipe do HBDF segue empenhada em consolidar o aumento no número de transplantes, com o objetivo de transformar feitos excepcionais em uma prática cotidiana.