' Escolas do DF avançam na prevenção à violência escolar – INFFORMA – Informação é tudo!

Escolas do DF avançam na prevenção à violência escolar

COMPARTILHAR

(Foto: Divulgação/IPEDF)

Levantamento revela avanços no combate ao bullying, mas aponta desafios no acolhimento contínuo

Brasília, 21 de maio de 2025 – O Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) lançou, nesta quarta-feira (21), o estudo Bullying no ambiente escolar do Distrito Federal: percepções e implicações práticas, que oferece um panorama detalhado sobre a presença da violência escolar nas instituições públicas da capital. A pesquisa indica avanços nas ações de combate ao bullying, mas também revela lacunas no apoio às vítimas e à formação de educadores.

Segundo o levantamento, 87,2% dos gestores escolares promovem atividades com os alunos sobre o tema, e 88,1% realizam orientações às famílias. Entre os professores, 58% promovem atividades educativas e 56,1% participam de ações voltadas aos familiares. Os dados mostram um esforço crescente para combater o problema com campanhas educativas, formação continuada e diálogo com a comunidade escolar.

Para a diretora de Estudos e Políticas Sociais do IPEDF, Marcela Machado, os resultados reforçam o papel estratégico da pesquisa na formulação de políticas públicas. “Estamos entregando uma ferramenta que transforma dados em ação. Ouvimos as escolas e buscamos contribuir para decisões de governo mais efetivas”, afirmou.

O evento de apresentação contou com a presença de representantes da Secretaria de Educação (SEEDF), da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF), da Polícia Militar (por meio do Batalhão Escolar) e do Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente (CDCA).

A pesquisa identificou que 76,4% dos professores e 91,7% dos gestores já vivenciaram episódios de bullying em suas escolas. As formas mais recorrentes envolvem preconceitos como racismo, homofobia e discriminação por aparência física. Os impactos se manifestam em sintomas como isolamento, baixo rendimento escolar e ausência às aulas — 38,3% dos alunos vítimas já deixaram de ir à escola por causa de agressões.

Apesar da mobilização crescente, apenas 27,5% dos gestores e 26,1% dos professores afirmaram que suas escolas possuem programas contínuos de mentoria ou acolhimento para vítimas ou autores de bullying. O dado expõe a necessidade de ações mais estruturadas no acompanhamento dos envolvidos.

Mapeamento nacional aponta protagonismo do DF

Além da pesquisa de campo, o IPEDF também divulgou um mapeamento de ações governamentais de combate ao bullying realizadas entre 2000 e 2024 no Brasil. O Distrito Federal aparece em terceiro lugar no ranking nacional, com 60 iniciativas, das quais cerca de 70% são normas, leis ou guias.

Marcela Machado destacou que o fenômeno é nacional e exige articulação entre diferentes esferas de governo. “A mobilização dos estados revela que o bullying é um desafio compartilhado. Os dados indicam a importância de políticas de prevenção contínuas e integradas.”

O mapeamento também mostra que 90% das ações têm caráter orientador, sendo voltadas majoritariamente à sociedade civil. No entanto, ainda há escassez de medidas focadas especificamente na capacitação de professores, o que aponta para um campo estratégico de atuação.

COMPARTILHAR

Leia tambem:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *