Pré-candidato ao governo de Goiás começa a ser visto como a alternativa de poder pela maioria dos prefeitos do Entorno. Ao visitar a região, Mendanha leva a esperança à classe política e mete o dedo na ferida do governo caiadista por abandonar o povo da região
Por Toni Duarte, do Radar Político
Quem acreditava que o Entorno já estava tudo “dominado” pelo governador Ronaldo Caiado (União Brasil), que luta para se reeleger em outubro desse ano, estava redondamente enganado.
Entre os prefeitos das cidades goianas do Entorno, grande parte “mendanhou”, verbo usado pelos prefeitos, em referência a Gustavo Mendanha (Patriotas), pré-candidato ao Palácio das Esmeraldas, e principal adversário do atual governador.
É fato a falta de empenho dos prefeitos das grande cidades da região em torno do projeto de reeleição de Ronaldo Caiado.
A falta de ânimo está no fato dos poucos investimentos que tem chegado à região nos últimos quatro anos do governo. Caiado é acusado de ter dado as costas para o Entorno.
Ficou abaixo das expectativas esperadas pelos gestores municipais. Os repasses que os municípios têm direito seguem quase sempre travados.
O programa “Mãe de Goiás, um auxílio de R$ 250 mensais, que o governador carrega a tiracolo pelo estado fazendo a sua campanha de reeleição, é pouco na visão dos prefeitos para tirar seus municípios dos atoleiros sociais provocados por dois anos de pandemia.
As promessas feitas por Caiado em obras de infraestrutura, como recuperação asfáltica e construção de estradas que interligam os municípios, ficaram para trás.
A insatisfação é geral. Um sentimento que leva os prefeitos do Entorno, na sua totalidade, fazerem a chamada “cara de paisagem”, do tipo: “estou com Caiado, mas não estou”.
No último final de semana, Mendanha, ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, a segunda mais importante cidade de Goiás, baixou de helicóptero no Entorno para falar aos colegas prefeitos, ex-prefeitos, vereadores e lideranças comunitárias.
“As cidades precisam investir muito em infraestrutura para absorver adequadamente o impacto do crescimento e oferecer qualidade de vida para as pessoas”, disse na Cidade Ocidental e repetiu em Luziânia, Valparaíso e Águas Lindas de Goiás.
Ele meteu o dedo na ferida caiadista ao apontar a pouca importância dada pelo governador a um dos piores gargalos que se transformou a BR 040.
A rodovia corta a cidade de Valparaíso e é a principal rota de ligação entre Brasília, Cidade Ocidental e Luziânia.
A mesma coisa acontece na BR 070, que deixa sitiada a mais populosa cidade do Entorno, Águas de Goiás.
A falta de estrutura de mobilidade urbana da cidade, que possa fazer fluir o tráfego para a BR 070, é um dos pesadelos do prefeito caiadista Lucas Antonietti, por exemplo.
A prefeitura não tem recursos próprios para a obra e esperava um gesto do chefe do Executivo goiano nessa direção.
“Não adianta ficar só na promessa.É preciso fazer, e eu farei caso vença as eleições”, disse Gustavo Mendanha em passagem pela cidade ao lado de Marco Túlio, uma dos mais importantes líderes políticos de Águas Lindas.
A mensagem de Mendanha vai ao encontro de quem mora e de quem faz a gestão municipal.
Diariamente, motoristas enfrentam dezenas de quilômetros engarrafados ou de fluxo lento por falta de viadutos e pistas secundárias.
Essas obras de mobilidade urbana poderiam ajudar a melhorar a entrada e saída de veículos das cidades afetadas pelo tráfego pesados das BRs.
Se um dos calcanhares do governado Ronaldo Caiado é o Entrono, região empobrecida que se tornou em um enorme colégio eleitoral, agora o governante que tenta a reeleição, também ganhou mais um, na região: Gustavo Mendanha.
*Toni Duarte é Jornalista e editor do Radar-DF, com experiência em análises de tendências e comportamento social e reconhecido nos meios jornalísticos e políticos da capital federal. Siga o #RadarDF