Se você já sentiu uma dor aguda no calcanhar ao dar os primeiros passos pela manhã, ou após ficar em pé por muito tempo, pode estar enfrentando a fascite plantar. Essa condição ocorre devido à inflamação da fáscia plantar, um tecido localizado na sola do pé, que conecta o osso do calcanhar aos dedos. A dor e a rigidez na região são sintomas comuns.
A fáscia plantar, uma faixa de tecido que se estende do calcanhar até a planta do pé, desempenha um papel fundamental na sustentação do arco do pé e na absorção de choques durante a caminhada. No entanto, quando essa fáscia é submetida a tensão excessiva ou estresse, pequenas rupturas podem ocorrer. O estiramento repetido e as microlesões resultantes levam à irritação, à inflamação e, consequentemente, à dor no calcanhar.
De acordo com o ortopedista Dr. Bruno Air, do Hospital Mater Dei Premium Goiânia, alguns fatores contribuem para a prevalência dessa condição. “A fascite plantar é bem típica em pacientes acima de 40 ou 50 anos, pessoas que têm um encurtamento da cadeia muscular posterior da perna, indivíduos que trabalham muito tempo em pé ou em quem está acima do peso. Existe também um outro perfil, que é o atleta ou qualquer pessoa que faz muita atividade de alto impacto”, diz.
O Dr. Air considera que entre as principais medidas de prevenção da fascite plantar estão a perda de peso, o uso de calçado adequado (com amortecimento, elevação ao nível do calcanhar, evitando rasteirinha e solado plano) e fazer bastante alongamento da parte posterior da perna e da coxa.
O sintoma característico da fascite plantar é a dor intensa no calcanhar, ao dar os primeiros passos pela manhã. Embora a dor possa diminuir ao longo do dia, ela pode retornar após períodos de repouso ou depois de permanecer em pé por muito tempo.
As terapias adotadas para o tratamento da fascite plantar são baseadas no uso de medicamentos anti-inflamatórios, para diminuir um pouco a dor e trazer um certo alívio para o paciente. “O uso de órteses tipo palmilha, com o intuito de melhorar a pisada do paciente e diminuir o impacto no calcâneo, de calçados adequados, principalmente que tenham um leve saltinho ao nível do calcanhar, e a fisioterapia são fundamentais para esse tipo de problema. Quando o paciente falha nessas orientações, podemos avançar para o tratamento com ondas de choque, infiltrações guiadas por ultrassom e, por último, existe o tratamento cirúrgico”, explica o ortopedista.
Outros recursos para tratar a fascite plantar podem incluir:
Repouso e atividades de baixo impacto: evitar atividades que agravam a dor, como corrida ou dança e optar por exercícios como natação, ciclismo e yoga.
Alongamento: um fisioterapeuta pode recomendar alongamentos específicos para aliviar a tensão na fáscia plantar.
Terapia com gelo: a aplicação de gelo no calcanhar por 20 minutos, várias vezes ao dia, ajuda a reduzir a inflamação.
Tala noturna: uma tala com suporte integrado ajuda a alongar a fáscia plantar e o tendão de Aquiles durante o repouso.