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Dia das Mães: Programas do GDF oferecem apoio às mães por meio de capacitação e serviços

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ste ano, pela primeira vez, Sabrina (direita) percebeu uma oportunidade de entrar no mercado de trabalho após receber em um grupo de mães atípicas o anúncio do projeto Mães Mais Que Especiais (MMQE) (Fotos: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília)

No ano passado, o governo lançou dois projetos voltados especialmente para mães, para promover o acolhimento e ampliar oportunidades no mercado de trabalho

Ser mãe sempre representou, para a dona de casa Sabrina da Silva Gomes, 31 anos, um trabalho de dedicação integral. Desde o nascimento da primeira filha, Nicolly, há 13 anos, ela assumiu a maternidade como um verdadeiro ofício para garantir tudo o que a menina, diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA), precisasse. “Toda mãe atípica tem medo de deixar o seu filho com alguém, porque não sabemos se as pessoas vão entendê-los. Desde pequena a Nicolly enfrentou dificuldades, então eu optei por ficar cuidando dela e, depois, dos meus outros filhos”, conta. Ela também é mãe de Levi, 6, e Helena, 2.

Este ano, pela primeira vez, Sabrina percebeu uma oportunidade de entrar no mercado de trabalho após receber em um grupo de mães atípicas o anúncio do projeto Mães Mais Que Especiais (MMQE). “Quando mandaram o link e pensei: ‘nossa, essa é uma boa oportunidade para mim’. Já estava querendo me profissionalizar para trabalhar em casa”, afirma. No entanto, a falta de suporte com as crianças, acabava a impedindo. No programa, enquanto ela fazia as aulas gratuitas do curso de alongamento de unhas, os filhos participavam de atividades recreativas dentro da estrutura.

Agora, Sabrina já sonha com um futuro promissor: “Amo a área da beleza. Cabelo, unha, cílios. Esse projeto é realmente um sonho, porque vai me dar a chance de trabalhar nessa área que eu gosto e em casa, podendo olhar os meus filhos, e atendendo no horário em que eles estiverem na escola”. “Esse Dia das Mães vai ter um sabor especial para mim, porque mais do que comemorar a maternidade, vou ter recebido meu diploma”, acrescenta.

Gerido pelo Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da Secretaria da Mulher (SMDF), o programa nasceu no ano passado e já realizou mais de 4,3 mil atendimentos em ações itinerantes em seis regiões do DF. A iniciativa oferece, de forma gratuita, serviços psicológico, jurídico e odontológico e cursos de capacitação profissional voltados a mães de crianças com deficiência ou doenças raras — com estrutura adaptada para acolher os filhos durante as atividades.

Outra ação com foco em maternidade é o projeto Nasce uma Estrela, da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus). Criado também no ano passado, o programa já beneficiou mil mulheres em dez edições, com orientações para gestantes e mães de recém-nascidos.

Rafaella Sciammarrella, 33 anos, é outra mãe beneficiada pelo MMQE. Há dois anos, ela precisou deixar o trabalho no setor de vendas para cuidar do filho João Pedro, 9, após o diagnóstico de autismo

 

“Nós sabemos que a maternidade tem inúmeros desafios. Por isso, este GDF tem um olhar especial e cuidadoso com as mães por meio de programas que oferecem suporte, conhecimento e o acolhimento necessário para elas. Esses projetos nos ajudam a cuidar de quem cuida, valorizando a dedicação de quem forma cidadãos”, avalia a vice-governadora Celina Leão.

Autonomia e acolhimento

Rafaella Sciammarrella, 33 anos, é outra mãe beneficiada pelo MMQE. Há dois anos, ela precisou deixar o trabalho no setor de vendas para cuidar do filho João Pedro, 9, após o diagnóstico de autismo. “Realmente sai do meu trabalho em função disso. Então, encontrar uma oportunidade assim, de trabalhar em casa, onde posso estar acolhendo meu filho, é algo maravilhoso”, conta. Durante o evento, ela participou do curso de alongamento de cílios e recebeu atendimento jurídico.

“É muito difícil para uma mãe atípica ter lugares em que nossos filhos possam ser acolhidos. A maioria das famílias também não tem condições de investir em cursos, porque os custos com as crianças já são altos. Então é muito bom o governo abrir esses projetos para as mães poderem se profissionalizar para ter um trabalho onde possam estar trabalhando e dando auxílio para os filhos”, elogiou Rafaella.

Para Paola Eugênio, 24, a oportunidade de se profissionalizar está sendo uma virada de chave. Ela cria sozinha os dois filhos Theo Henrique, 4, – que foi diagnosticado com autismo com menos de um ano – e Heloísa, 3. “Esse programa é essencial, porque só quem é mãe atípica sabe o tamanho dessa luta. É um projeto que realmente abraça, entende, compreende e ajuda a gente. Ele veio para abrir caminhos. Me deu esperança, porque eu já estava desacreditada. Acho que daqui para frente as coisas vão dar certo”, comenta.

Ela sempre trabalhou, mas precisou largar o emprego após o filho ter sido dispensado da creche em uma situação de discriminação. “Ele é uma criança tranquila, mas a sociedade é muito capacitista e preconceituosa. Vejo que essa será uma possibilidade para que eu possa trabalhar por conta própria, atendendo as necessidades do meu filho e com mais flexibilidade de horário”, acrescenta.

Foi para garantir esse tipo de suporte que o projeto surgiu. “A gente percebeu que, em Brasília, há um número muito grande de mães atípicas e não havia políticas públicas para esse público. A nossa ideia era mostrar o compromisso do GDF com a valorização das mães atípicas, que dedicam o tempo todo aos filhos e muitas vezes ficam em segundo plano. A nossa ideia é acolher e promover a autonomia dessas mães”, explica a subsecretária de Ações Temáticas da Secretaria da Mulher, Dayanne Timotéo.

Após começar em Ceilândia em dezembro do ano passado, a primeira temporada do programa termina no Sol Nascente/Pôr do Sol, quando desembarca na cidade entre 9 e 14 de junho, ao lado da administração regional. A expectativa é de que possa se tornar uma política continuada. “Devido ao sucesso pretendemos que o projeto possa acontecer todos os anos pela capacidade que ele tem de chegar na ponta e transformar a vida das pessoas”, completa Dayanne.

“Nosso compromisso é trabalhar todos os dias para que as mães em situação de vulnerabilidade tenham apoio, acolhimento e oportunidades. Muitas mulheres são mães solo, chefes de família e sustentam seus lares com esforço dobrado. Nosso dever é garantir políticas públicas que reconheçam essa realidade e ofereçam suporte para que possam transformar as suas histórias de vida e a de seus filhos”, destaca a secretária da Mulher, Giselle Ferreira.

Olhar para o futuro

Integrado ao programa GDF Mais Perto do Cidadão, o projeto Nasce uma Estrela oferece cursos para gestantes e mães de recém-nascidos com uma equipe multidisciplinar composta por doula, enfermeira obstetra, bombeira militar e profissionais da Secretaria de Saúde (SES). O conteúdo aborda cuidados com o bebê, aleitamento materno, prevenção de cólicas, segurança no sono e saúde emocional no pós-parto.

“Irei desfrutar dessas informações e dessa vivência”, diz Fernanda Carobas, que participou, no Pôr do Sol ,do curso oferecido pelo projeto Nasce uma Estrela | Foto: Arquivo pessoal

 

“Cuidar das mães é também cuidar do futuro das nossas crianças. O projeto oferece informação, apoio emocional e acolhimento às futuras mães e às que acabaram de dar à luz. Por meio de ações presenciais com escuta qualificada e distribuição de kits de cuidados, promovemos um espaço de diálogo nesse momento tão delicado e transformador. Sabemos que a maternidade, embora cheia de amor, também pode trazer inseguranças — e é justamente aí que entramos, garantindo que nenhuma mãe se sinta sozinha”, defende a secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani.

A sexóloga Fernanda Carobas, 36 anos, já ultrapassou as 31 semanas de gestação e foi uma das participantes do curso na edição realizada em abril no Pôr do Sol. Gestando Ayla Beatriz, ela conta que foi uma experiência muito importante, principalmente porque passou por um aborto espontâneo antes. “Como está sendo uma experiência completamente nova para mim, levarei muitos aprendizados para o meu dia a dia como mãe nos cuidados com a minha saúde mental e também os cuidados com a minha bebê. Irei desfrutar dessas informações e dessa vivência”, define.

Para a mulher, esse tipo de ação do governo é fundamental para as mulheres em um momento tão importante e marcante. “Ao oferecer esse serviço o GDF está proporcionando a garantia de acesso aos direitos, serviços públicos de qualidade e a políticas públicas, bem como a promovendo o bem-estar da gestante, do bebê e da família. Valorizar as mães é honrar as nossas raízes, a nossa origem e a nossa ancestralidade. É reconhecer a importância da mulher e da mãe que são esses portais da vida, para nós receber no mundo”, analisa.

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