' Curso para brigadistas no JBB enfrenta incêndios e espécies invasoras – INFFORMA – Informação é tudo!

Curso para brigadistas no JBB enfrenta incêndios e espécies invasoras

COMPARTILHAR

(Fotos: Matheus H. Souza/Agência Brasília)

Jardim Botânico de Brasília capacita brigadistas para combate ao fogo com uso de motosserras e motobombas

Brasília, 6 de julho de 2024 — Em resposta à crescente ameaça de incêndios durante o período de seca, o Jardim Botânico de Brasília (JBB) realiza um curso especializado para brigadistas, focado no manejo do fogo em diferentes biomas do Brasil. Com ênfase no uso estratégico de motosserras e motobombas, o curso visa melhorar a eficácia no combate aos incêndios, em linha com práticas utilizadas internacionalmente, como nos Estados Unidos.

A parte prática do curso ocorre dentro do Jardim Botânico, onde as espécies invasoras, como pinus e eucalipto, estão sendo removidas. O curso de S-212 – Motosserra para Incêndios Florestais começou no dia 2 de julho e vai até este sábado (6). Nos dias 9 e 10 de julho, haverá o Workshop de Motobomba.

Essa iniciativa é uma parceria entre a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), o Serviço Florestal Norte-Americano, o Ibama Prevfogo, a Funai, e outras instituições do Distrito Federal, como o Corpo de Bombeiros e o Instituto Brasília Ambiental. Cerca de 30 brigadistas de várias regiões do Brasil, incluindo Tocantins, Maranhão e comunidades tradicionais e indígenas, participam do curso.

Diego Miranda, gerente de preservação e combate a incêndios do JBB e monitor do curso, destaca a importância da capacitação para a segurança no uso de motosserras e a conservação ambiental através da remoção de espécies invasoras. Ele afirma que o treinamento é crucial para a proteção do Cerrado e outros biomas.

“O curso tem um impacto significativo não só no âmbito distrital, mas também federal. A utilização dessas técnicas para abertura de linhas de defesa é algo que não era comum no Brasil”, comenta Miranda.

Habilidades práticas

Os brigadistas desenvolvem habilidades específicas no uso de motosserras, incluindo técnicas de corte em linha de fogo. O curso é liderado por Christopher Mark Ivesedo, do Serviço Florestal dos EUA, que também é capitão do grupo de bombeiros Hot Shots, no Arizona. Ele ressalta a importância da troca de conhecimentos entre os países.

“O apoio do governo brasileiro tem sido fundamental, proporcionando um ambiente de aprendizado eficaz. A troca de conhecimentos beneficia ambos os países”, diz Ivesedo.

Thyago Dantas, brigadista do Brasília Ambiental, enfatiza a relevância do curso para a realidade do DF. “Adaptação das técnicas americanas é essencial para nossa atuação local. A formação é uma oportunidade valiosa para compartilhar conhecimento com meus colegas”, afirma Dantas.

Paula Mochel, chefe da divisão de prevenção do Prevfogo Ibama, reforça a importância da padronização na capacitação de brigadistas, especialmente considerando o aumento das missões internacionais dos profissionais brasileiros.

Solução para espécies invasoras

O curso também aborda a remoção de espécies invasoras, um problema que afeta a biodiversidade do Cerrado. Priscila Oliveira, diretora de vegetação e flora do JBB, explica que espécies como pinheiros crescem rapidamente e competem por recursos, prejudicando a flora nativa.

“Pinheiros consomem muitos recursos e espaço, dificultando o desenvolvimento de outras espécies. A remoção dessas plantas é crucial para a manutenção da biodiversidade”, comenta Oliveira.

Pedro Paulo Xerente, especialista em manejo integrado do fogo e representante do povo indígena Xerente de Tocantins, alerta a população sobre os perigos dos incêndios florestais durante a seca. “É vital que a população evite ações que possam causar incêndios e busque ajuda de profissionais capacitados”, adverte Xerente.

Este curso representa um avanço significativo na preparação dos brigadistas brasileiros, promovendo a segurança e a eficácia no combate a incêndios florestais, enquanto contribui para a conservação ambiental através da remoção de espécies invasoras.

COMPARTILHAR

Leia tambem:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *