Casamento Comunitário celebra a união de 100 casais com cerimônia inédita na Concha Acústica

COMPARTILHAR

A segunda edição do Casamento Comunitário deste ano promoveu a união de 100 casais neste domingo (29), na Concha Acústica de Brasília (Fotos: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília)

Realizado pela Sejus-DF, evento teve clima de festa junina e formalizou a união civil com isenção de taxas cartoriais, estrutura completa e presença de mais de 3 mil pessoas às margens do Lago Paranoá

Não há idade para casar. E o Casamento Comunitário promovido pela Secretaria de Justiça e Cidadania do DF (Sejus-DF) é a prova disso. Na segunda edição de 2025, 100 casais de todas as idades subiram ao altar para dizer o tão sonhado “sim”. Pela primeira vez, a cerimônia foi realizada na Concha Acústica de Brasília, às margens do Lago Paranoá, neste domingo (29). Mais de 3 mil pessoas, entre os noivos, familiares, convidados e autoridades, participaram da celebração, que teve o clima das tradicionais festas juninas.

Segundo a vice-governadora Celina Leão, o Casamento Comunitário representa a realização de um sonho. “Muitos já viviam juntos, mas não tinham condições de realizar uma cerimônia. Outros estão se casando agora, aproveitando essa oportunidade”, afirmou. Ela destacou que tudo é planejado com antecedência: “Os vestidos são testados, há toda uma preparação cerimonial, com música… É um evento feito com muito amor, carinho e com a colaboração de muita gente junto ao Governo do Distrito Federal.” Para ela, a cerimônia também é um momento simbólico. “Acredito que as pessoas renovam a esperança de viver uma fé em unidade e amor”, completou.

A vice-governadora Celina Leão e a secretária Marcela Passamani celebram a alegria dos noivos no Casamento Comunitário

 

Todos chegaram em carros de luxo, percorreram a passarela exclusiva até o altar e contaram com palco para a celebração, área para os convidados e um espaço especial para fotos, brindes e corte do bolo. Barracas temáticas, comidas típicas, atrações culturais e brincadeiras fizeram parte da programação.

Antes realizada em espaço fechado no Pontão do Lago Sul, a cerimônia teve o mesmo cuidado em cada detalhe por parte da organização. A secretária da Sejus-DF, Marcela Passamani, celebrou que esta edição ocorreu em um local inédito: a Concha Acústica de Brasília. “Estamos muito felizes. Pela primeira vez, o Casamento Comunitário acontece aqui, nesse pôr do sol que só Brasília tem. Estamos em um mês festivo, então a decoração está toda no tema de festa junina. Hoje tem canjica, tem pipoca, tem pescaria… e tem casamento.”

Segundo a secretária, a iniciativa vai além da cerimônia: representa uma política pública que oferece dignidade e cidadania. “O objetivo é proporcionar a essas pessoas a oportunidade de oficializar o relacionamento com isenção da taxa de cartório, graças à parceria com a Arpen-DF. Mas, para além disso, essa é uma política pública que entrega o que há de mais simbólico: a realização de um sonho. É o vestido de noiva, é a maquiagem inesquecível. É o governo mais perto do cidadão, de uma maneira inédita”, concluiu.

Preparativos e lua de mel

“Eu até adoeci de tanto querer. Agora ele está aqui… não sei como conseguiu dizer o sim, porque estava muito nervoso e com a voz rouca. Mas esse sim saiu”, conta, animada, Maria Ivonete Castro, que oficializou a união de 45 anos com Manoel José de Souza 

 

No salão de beleza, enquanto se preparava para o grande momento, a enfermeira Juliana Santos, descreveu a emoção de viver um verdadeiro “dia de princesa”. “É a realização de um sonho”, afirmou. Sobre o vestido, contou, animada: “Caiu como uma luva, fiz uma boa escolha. Estou muito feliz com o meu vestido. O modelo é longo, com parte inferior em cetim, mangas transparentes com rosas brancas, decote muito bonito e acabamento perfeito”, detalha.

Além do noivo, a enfermeira esteve acompanhada por familiares na hora da cerimônia. “Aqui está uma parte da minha família, meus irmãos, meus primos e meus filhos.” Juliana mora na Avenida Leste da Ceilândia. Ela e o noivo, Elias de Andrade, ambos com 25 anos, estão juntos há dois anos. “Ele me pediu em casamento, e já tinha uns cinco meses que a gente estava planejando. Quando vimos o anúncio da Sejus, decidimos nos inscrever para realizar esse nosso sonho”, conta. Juliana destaca que a expectativa é curtir a lua de mel em terras baianas.

“É a realização de um sonho”, diz Juliana Santos, uma das noivas desta edição

 

Com o sonho de oficializar no papel uma união que já dura 45 anos, a aposentada Maria Ivonete Castro, 65, conta que é casada com Manoel José de Souza na igreja, mas somente agora decidiram formalizar a união civil. A inspiração para participar da cerimônia surgiu ao ver a divulgação na televisão. “Aí convidei meu esposo, ele aceitou, fomos lá e colocamos nosso nome. Da primeira vez não deu certo, mas agora conseguimos. Eu até adoeci de tanto querer, pensei que não ia dar certo de novo. Agora ele está aqui… não sei como conseguiu dizer o sim, porque estava muito nervoso e com a voz rouca. Mas esse sim saiu!”, conta, sorridente.

Para ela, o Casamento Comunitário é uma oportunidade especial, principalmente para casais mais velhos. “É um incentivo. Tem muita gente idosa também. Acho bonito ajeitar tudo, deixar tudo nos trinques, tudo certinho.” No momento do “sim”, os noivos estavam acompanhados pelos filhos e netos. “Tenho quatro filhos, mas só dois puderam vir, porque os outros moram em São Paulo e no Piauí.” Moradora de Ceilândia, revelou o destino escolhido para a lua de mel: “Quero ir para os Lençóis Maranhenses. Meu pai já tem casa lá, então a gente vai para lá. Vai dar certo!”

Casamento Comunitário

Em 2025, a primeira edição ocorreu em 23 de março. Outras duas edições estão previstas até dezembro: em 31 de agosto e 7 de dezembro, cada uma com 100 casais. Além da isenção das taxas cartoriais, os casais recebem apoio completo para o grande dia: transporte, trajes, maquiagem, produção de cabelo e registro fotográfico profissional, tudo viabilizado por meio de parcerias privadas e voluntárias.

Mais do que um ato simbólico, o Casamento Comunitário também assegura diversos direitos e benefícios legais aos casais, como segurança jurídica, acesso a pensões, inclusão em programas sociais e direitos sucessórios. Ao garantir a oficialização gratuita da união civil, a Sejus reafirma o compromisso do Governo do Distrito Federal (GDF) em promover dignidade e cidadania a todos, independentemente da renda.

Instituído pelo Decreto nº 41.971/2021, o Programa Casamento Comunitário teve sua primeira edição em 2020. Desde então, 541 casais já foram beneficiados com a oficialização gratuita da união.

COMPARTILHAR

Leia tambem:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *