Levantamento mostra que 74% das pessoas ocupadas aqui atuam na categoria
O Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apresentaram nesta segunda-feira (23) o Boletim Território e Trabalho no Distrito Federal 2023-2024. O estudo divide as regiões administrativas do DF em quatro grupos conforme a renda domiciliar e analisa indicadores como ocupação, desemprego, escolaridade e remuneração da população com 14 anos ou mais.
Os grupos são alta renda (Brasília, Jardim Botânico, Lago Norte, Lago Sul e Park Way e Sudoeste/Octogonal; média-alta renda (Águas Claras, Candangolândia, Cruzeiro, Gama, Guará, Núcleo Bandeirante, Sobradinho, Sobradinho II, Taguatinga e Vicente Pires); média-baixa renda (Brazlândia, Ceilândia, Planaltina, Riacho Fundo, Riacho Fundo II, SIA, Samambaia, Santa Maria e São Sebastião); e baixa renda (Fercal, Itapoã, Paranoá, Recanto das Emas, SCIA, Estrutural e Varjão).
O levantamento aponta que as regiões de renda média-baixa e média-alta concentram a maior parte da força de trabalho do DF, reunindo juntas 73,9% da população economicamente ativa. Isso mostra como essas regiões são fundamentais para a economia do DF, com grande participação no mercado de trabalho, mesmo enfrentando realidades sociais diferentes.
O boletim também revela que o setor de serviços segue sendo o principal motor da economia local, absorvendo 74% das pessoas ocupadas no DF. Nas regiões de renda média-baixa, por exemplo, o setor representa mais de 66% das ocupações, seguido por comércio e construção, áreas com forte presença da mão de obra local.
Outro ponto importante do estudo é a relação entre escolaridade e inserção produtiva. O nível de ocupação entre trabalhadores com ensino superior é elevado em todos os grupos, chegando a 78,8% nas regiões de renda baixa. Esses dados indicam que o investimento em educação continua sendo uma ponte eficaz para ampliar oportunidades e melhorar as condições de trabalho em todo o território.
“Os territórios com menor média de renda apresentam percentuais mais elevados de jovens e também de pessoas com 60 anos e mais ocupadas, associados à precarização do trabalho e acesso a direitos. A escolarização surge como potencial modificador dessa realidade, permitindo acesso a melhores postos, desde o ingresso no mercado de trabalho”, aponta Francisca Lucena, diretora de Estatística e Pesquisas Socioeconômicas do IPEDF.