Aulas serão retomadas nesta quinta-feira (26); acordo inclui convocação, reestruturação da carreira e valorização
Brasília, 25 de junho de 2025 – O Governo do Distrito Federal (GDF) e os professores da rede pública de ensino selaram um acordo que pôs fim à greve da categoria. A proposta foi aprovada em assembleia nesta quarta-feira (25), com a retomada das aulas marcada para quinta (26). O entendimento prevê medidas estruturantes para valorização profissional e melhorias nas condições de trabalho da categoria.
Entre os compromissos firmados pelo GDF estão:
-
Convocação de pelo menos 3 mil professores até dezembro deste ano;
-
Prorrogação do atual concurso público, que venceria em julho;
-
Realização de novo concurso, com edital previsto para o primeiro semestre de 2026;
-
Envio à Câmara Legislativa (CLDF), até novembro, de projeto de lei regulamentando a progressão horizontal por titulação, com percentuais de 10% para especialização, 20% para mestrado e 30% para doutorado;
-
Instalação de uma mesa permanente de negociação sobre a reestruturação da carreira do magistério;
-
Reposição das aulas ainda neste semestre, com pagamento dos dias parados via folha suplementar.
O governador Ibaneis Rocha comemorou o fim da paralisação e destacou a importância do diálogo: “Chegamos ao melhor acordo possível, respeitando os limites da responsabilidade fiscal e priorizando o retorno dos alunos às aulas.”
A secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, afirmou que o calendário de reposição será definido junto ao sindicato, com o objetivo de garantir a conclusão do semestre. O secretário de Economia, Ney Ferraz, reforçou que a proposta respeita o equilíbrio fiscal. “Foi uma proposta realista e responsável, que valoriza os professores sem comprometer as contas públicas”, declarou.
Histórico de valorização
Desde 2019, o GDF tem adotado uma série de medidas de valorização da educação, como:
-
Convocação de 1.691 professores e 670 orientadores educacionais;
-
Pagamento de passivos salariais antigos, totalizando cerca de R$ 210 milhões;
-
Incorporação do auxílio-saúde ao vencimento básico (Lei nº 7.109/2022);
-
Reajuste do auxílio-alimentação em 62%, de R$ 394,50 para R$ 640;
-
Reajuste nas funções gratificadas escolares e criação da Gratificação de Atividade de Coordenação Pedagógica (Gacop);
-
Concessão de reajuste linear de 18% em três parcelas, com incorporação de gratificações e ampliação de recesso remunerado;
-
Autorização para ampliação voluntária da carga horária para 40h semanais, reduzindo a necessidade de contratos temporários;
-
Pagamento de exercícios findos e incorporação das gratificações Gaped e Gase, que elevarão a base salarial em cerca de 30% até o fim do ciclo de reajuste.
A Casa Civil, por meio do secretário Gustavo Rocha, foi responsável por mediar as negociações. “Nosso papel é ouvir e conciliar. Esse acordo representa um avanço para todos: governo, professores e principalmente os estudantes”, concluiu.